Tenha uma web-vergonha alheia
by Fernando Ribeiro
Quem já viajou de Webjet sabe. Ao entrar na aeronave, você recebe um web-cumprimento, logo algumas web-orientações de segurança, em seguida um web-vôo, e assim vai, de web em web, até você decorar – ou não aguentar mais – o nome da companhia. Interessante seria se eles fossem pioneiros no Brasil em acesso à Internet durante o vôo. Ao foco: esse vídeo aqui está há alguns meses rodando mailings pelo mundo. São cenas patéticas de um comissário de bordo da Webjet (de um web-comissário de bordo). Entenda que ele é um ponto de contato e suas cenas são manifestações da marca Webjet. Sim, estou sendo chato nesta análise, mas pense bem nos seguintes tópicos:
1. Aviões caem, derrapam, atrasam.
2. Aeroportos irritam.
Em suma, a maioria das pessoas não espera refeições maravilhosas, atendimento impecável ou superconforto de uma marca de companhia aérea que faz apenas vôos domésticos. Elas esperam o básico: segurança. E não é a segurança emocional, aquela do status social. Não, nada disso: é a segurança física. “Eu vou chegar ao meu destino”. Nada mais (talvez algo a mais sim – “Eu vou chegar ao meu destino no horário que o ticket diz”).
O “Prazer em voar e servir” da TAM é, na minha opinião, uma promessa de segurança disfarçada de uma promessa de atendimento. A campanha das assinaturas que lançou este posicionamento transmitia acima de tudo endosso, aval, garantia… Segurança! E não prazer em voar e servir. Porém, é complicado prometer segurança diretamente. Quem garante?
Se eu estivesse em um avião e acontecesse o que aconteceu na ocasião do web-vídeo, eu sairía do web-vôo, assim como já saí algumas vezes obrigado a trocar de aeronave por “problemas técnicos”. Na verdade, eu não sairia do web-vôo, mas eu nunca mais entraria em um web-vôo desta companhia (quanta redundância, se é um web-vôo, é desta companhia). Até porque ela compete por preço. E competir por preço neste segmento é competir com todas as outras companhias. Porque todas as outras companhias têm promoções frequentemente ou oferecem vôos baratíssimos.
Porém, nem TAM nem Webjet nos deixam tranquilos, ou seguros, com seus posicionamentos. Ao meu ver, um posicionamento ideal neste mercado seria “Você vai chegar, e vai chegar no horário que queria”. Mas, de novo: quem garante?
Além disso, e mudando de assunto, acho esse nome “webjet” um dos melhores exemplos de nome limitador e efêmero. Todas as companhias oferecem compra online hoje em dia. Voltando ao início do post, esse nome só faria sentido mercadologicamente falando se a Webjet fosse pioneira em Internet nas alturas. A Easyjet européia chegou a uma solução de naming infinitamente mais inteligente. E o diferencial na época de seu lançamento era o mesmo: compra e check-in online.
Vergonha pelos passageiros que só queriam se deslocar de um ponto ao outro com tranquilidade, vergonha por ser no Brasil e vergonha pela marca. Se eu fosse da Tam ou da Gol, acharia uma ótima ideia para ser mantida e extendida a todos os voos. web-o-kê.
Cada empresa tem sua forma de reforçar e posicionar sua marca no mercado. Se a Webjet optou por esta estratégia de marketing e o público deles apoiam, então não há muito que contestar…
Portal Meio Aéreo
De acordo, Meio Aéreo. Cada marca tem suas “crenças estratégicas”. Penso que muitas vezes estas crenças são muito semelhantes entre players de um mesmo segmento (cervejarias foram muito criticadas por isso em um passado recente, por exemplo). Voltando ao assunto do post, você não acha que seria confortante para o usuário um posicionamento estruturado em um atributo como PONTUALIDADE? Ou SEGURANÇA? Soam como atributos básicos para atuar neste mercado, não soam? Soam, mas não são. Mas minha crítica pontual a Webjet é quanto ao vídeo e ao nome. O que você pensa disso?
[…] comprar online um ticket pela Webjet. Sem jeito. Aí me inspirei a escrever esse post. Fiz um outro post, certa vez, sobre a Webjet. Aqui vou dar continuidade a um raciocínio que iniciei naquela vez, e […]